Nojo de Moluscos I Recanto das Letras
I
Tenho nojo de moluscos
De corpo mole são fragéis e preguiçosos
Escondem-se dentro de conchas, seu gueto
Nunca estão sós, sempre há dois aqui, cinco ali
II
Estão no mar, em rios e terra firme
São primários; o caramujo, há quem ateste,
Existem a mais de 500 milhões de anos,
Contudo sem evoluirem, para eles, bastam coexistirem
III
Em síntese, este animal é composto de crânio
Que o faz rastejar-se em superfícies asperas,
Todavia, já acostumados a rusticidade de tempos remotos,
Não se machucam graças a viscosidade das secreções
Que expelem do corpo conhecida por muco
IV
Fixam-se em quaisquer cantos:
Nas pedras, em arvores, em folhas, sem cerimônias.
Também tem pés para escaparem dos predadores
Que outrossim ocupam seus espaços para trabalho
E não para o parasitanismo.
V
Dentre eles, a lesma é a que me causa mais aversão
Por onde passa deixa seu rastro funesto
Enojando lugares comuns para prejuizo de todos
VI
Voltando em sua composição, temos a massa visceral
Composta de sistema digestório,
Responsavel pela produção de excrementos de toda desordem
E ainda, o sistema reprodutor desse molusco
Que se encarrega de disseminar o parasita
Para prejuizo da saude, segurança pública
E saneamento básico das outras espécies.
Hermes Machado é escritor paulistano que vive na Baixada Santista. Antes de iniciar a carreira literária atuou como guia para congressos nos Estados Unidos, foi executivo de empresas e gestor de negócio próprio. É autor do romance Vitória na XXV, possui contos e crônicas em sites e jornais impressos no Brasil e exterior.
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